05/03/2018

Entrevista banda Crucifixion BR






Entrevista com a banda Crucifixion BR
Por Profanuz



1-Como está sendo a repercussão do álbum "Destroying the fucking disciples of Chris” ?


Juliana: está sendo bem legal, na época que foi lançado saíram várias resenhas falando muito bem, com vários elogios, e ainda tem muita gente que comenta também sobre o clipe que fizemos da Eternal Judgement, uma das músicas deste álbum, que nos ajudou a expandir um pouco da nossa música para o mundo.
Marcio Maxx: a repercussão do álbum foi classe A, o pessoal sacou que a gente quis passar, o público antigo se surpreendeu, e pessoas que escutaram esse álbum, que não conheciam a gente, receberam bem nosso trabalho, a mídia especializada se surpreendeu com nosso trabalho, principalmente porque já tinham dado um Ok para as duas demos que gravamos, que foram Diabolical Profecies e In The Shadows Of The Obscurity, gravadas em 4 canais, era a tecnologia disponível em Rio Grande/RS Brasil. Independente das dificuldades no interior gaúcho em termos de estúdio, e nós novos, arrecém adqu irindo equipamento, conseguimos passar o nosso melhor no momento entre essas duas demos. Como demoramos para gravar este álbum, por dificuldade financeiras, juntamos a grana e planejamos com muita batalha e conseguimos continuar evoluindo e gravar merecidamente o primeiro álbum do Crucifixion BR.

2-Vocês estiveram recentemente em uma excursão europeia, como foi tocar fora do brasil e a receptividade do público?


Juliana: Sim, foi foda demais tocar na Europa, em todos os lugares recebi muito elogios, e pediam pra gente tocar bis, nos valorizaram, demais mesmo. Mal posso esperar para voltar, tomara que em breve depois do lançamento do próximo álbum.
Marcio Maxx: Como dito anteriormente, foi consequência de minha luta em me preocupar de passar o sentimento e a atitude que o Crucifixion BR desde 1996 se propôs a fazer, desde suas raizes. Isto foi pra mim uma grande vitória, e uma realização graças ao nome Crucifixion BR.
Beto: A receptividade lá é muito boa, o público foi à loucura em nossas apresentações. O pessoal é muito curioso com relação ao som que a banda faz, ter uma baterista mandando ver e destruindo tudo tem um impacto maior ainda.

3-Juliana você foi a primeira baterista mulher a ser entrevistada pela Sick Drummer Magazine, como foi esta experiencia em ser pioneira de uma forma tão importante? Você acha que seu crescimento pode ter incentivado a outras mulheres entrarem no mundo do metal extremo?

Juliana: Ah, isso foi muito legal, é uma revista conceituada e conhecida em metal extremo nos EUA, e daí nós participamos de uma coletânea da revista chamada Brutal Beatings, junto com Krisiun, Aborted entre outras, uma baita honra pra nós, e eu como a única mulher representando as poucas que existem aí afora, sem palavras. Daí eles sempre escolhem um baterista para fazer uma matéria, e quando me convidaram, fiquei muito feliz, e até teve gente me reconhecendo por causa desta revista, foda.

4-Vocês abriram shows para várias bandas grandes do cenário extremo mundial, qual foi o show que vocês mais curtiram abrir, seja ele por causa do público ou por causa da banda que iria tocar após vocês?

Juliana: Olha, díficil dizer, mas o Dark Funeral em 2011 foi uma noite perfeita em dúvidas, fomos muito bem tratados pela produção que era associada à Tumba Productions e pelo próprio Dark Funeral, principalmente o Lord Ahriman, ele é muito gente boa. E abrir pro Krisiun em 2007 foi demais também, casa lotada em Porto Alegre vibrando e nos ovacionando, muitos rostos conhecidos ali, felizes como nós, foi uma grande energia, nunca esquecerei, e o próprio Krisiun que foi muito receptivo conosco.
Marcio Maxx: o que eu vou responder em relação a esta pergunta tem a ver com o foco desde a minha adolescência e da vontade de criar uma banda de Black Metal com influências de Death e Thrash, mas eu gosto de frisar isso não pra midia mas principalmente para o público de gerações, acredito que em relação ao Crucifixion já estamos na segunda geração, duas décadas. É uma vontade de expressar o que você sente e no que você se identificou que é o metal extremo. Mesmo sem grana, sem condições, no geral, a verdade desta arte deste nome, chegamos a Porto Alegre, foi insano chegar lá. Eu tive a idéia de abrir pro Krisiun, pois quando a baterista que é envolvida em comunicação externa me comentou desta possibilidade eu fiquei entusiasmado, pois eu tinha em cassete o Unmerciful Order que eu escutava quando era pivete voltando a morar com minha mãe, e foi muito engraçado que eu me dava com o Claudiomiro vulgo Miro Sixx, que ele pensava que era um cara do hard rock, primeiro disse: “puta isto é muito rápido” e completando ele disse: “parece que tá abrindo uma garrafa de refri, não é minha praia”, daí eu respondi: ”é de Ijuí, é do sul” então, esta intro como todo play foi meu primeiro contato com o Krisiun em fita, uma banda lá do fim do mundo,e a gente nesta época, aí falaram desta possibilidade de abrir pro Krisiun, e eu sem pensar duas vezes, vamos. Desculpa muitas palavras anteriores, e eu tenho convicção e certeza que o Krisiun foi a primeira vitória de uma banda do interior gaúcho. E uma honra também ser convidado a abrir no Porto Alegre, Rs para o Gama Bomb e headliner Dark Funeral. Foi magnífico o backstage no bar Opinião com Dark Funeral.

5-Quais são os planos da banda para 2018?

Juliana: Iremos lançar agora em janeiro um clipe com a versão que fizemos para Bomber, que saiu no tributo ao Motörhead ‘Going To Brazil’ pela Secret Service Recs em 2017, e que estará como bonus track no nosso próximo álbum, que também gravaremos neste ano de 2018. E pretendemos lançar nos EUA, Europa e no Brasil e depois começar a fazer shows, tudo depende de várias variáveis, então a primeira meta é finalizar o próximo álbum.
Marcio Maxx: Os planos do Crucifixion BR é, dentro do possível ter a continuidade. Uma delas, já feita em 2017, a gravação da música Bomber, que eu tenho tatuado no braço, o tributo ao Motörhead. Fizemos a Bomber, é um som que eu curto pra caralho e ao mesmo tempo o começo do riff dava pra transformar num death metal extremo, aí foi que rolou com uns arranjos diferentes fugindo da regra, como tem que ser sempre, eu acho que funcionou, pois esta música está no tributo gringo com grandes nomes do metal nacional como Claustrofobia, Attomica, Torture Squad, entre outros, foi uma puta honra homenagear o imortal Lemmy como o Mothoread, então o plano é continuar fazendo a arte extrema com alma e sentimento, já estou com 90% de linhas de guitarra e vocais composto, o foco é gravar o segundo álbum, eu estou muito entusiasmado espero conseguir juntar grana e tempo pra realizar mais essa conquista do segundo disco do Crucifixion BR que já está com título definido e se chama “Human’s Decay”, depois de se concretizar o segundo álbum veremos o que está por vir...
Beto: Pretendemos excursionar novamente na Europa e se possível nos Estados Unidos, após o lançamento do próximo álbum, que está programado pra agora em 2018. Há muito trabalho ainda a ser realizado até lá.

6-Vocês eram do Rio Grande do Sul e decidiram vir pra São Paulo, qual foi o motivo desta mudança de estado?

Juliana: Sim, nós quisemos pois São Paulo é o centro do Brasil pra várias coisas, e é mais fácil para viajar para fora, e ir para outros estados, é melhor para a divulgação de nossa arte, e estamos adorando aqui, o público é muito receptivo, já conhecemos muitas pessoas legais que nos apóiam.
Marcio Maxx: O Crucifixion BR sempre me importei com detalhes desde 1999 e o meu sonho ingênuo era e é transpassar uma energia tanto musicalmente quanto liricamente insano e consciente, e eu acho que com essa verdade levou o Crucifixion aonde está agora, de Rio Grande, foi pra Porto Alegre exploramos 12 anos e após por foco e resistência estamos em São Paulo, onde fomos recebidos no festival Guaru Metal Fest em Guarulhos – São Paulo, é consequência do nosso foco, trabalho e objetivo.

7-Como vocês enxergam o cenário Brasileiro pra metal extremo? Conseguem manter a banda com shows e vendas de cds e camisetas por exemplo.

Juliana: ah, o cenário brasileiro do Metal em geral está muito afetado pela crise, falta de público, poucas pessoas comprando merchan, além das coisas que já acontecem tipo muita competição, isso é uma realidade pra todos. Shows que lotavam, até de bandas de fora já não lotam mais, enfim, está impossível viver pelo Metal, mas é isso que amamos, por isso temos nossos empregos, e queremos fazer o que gostamos da melhor forma possível, sem forçar nada, mas mostrando o nosso som de verdade, do jeito que bem entendemos em nossa evolução.
Beto: O cenário brasileiro é bem vasto e há espaço para muitas bandas boas que estão trabalhando duro. Temos trabalhado duro durante esses anos e vejo uma evolução no cenário e na música extrema do Brasil, mantendo o país como uma das referências mundiais. Infelizmente precisamos ter trabalhos secundários para poder seguir em frente. Mas acredito que não só no metal extremo há este tipo de dificuldade, e não somente no nosso país.

8-Quais são as exigências que o Crucifixion BR faz para tocar em um show?

Juliana: Nós atualmente estamos pedindo apenas as passagens/transporte, alimentação e hospedagem.
Marcio Maxx: As exigências estão sendo como a baterista do Crucifixion já comentou acima, mas com certeza a gente precisaria de um pouco mais né, mas como a gente ama o que faz, tiramos o nosso trabalho cotidiano do dia a dia e acreditamos na mensagem do Crucifixion BR, como muitas bandas do Brasil com qualidade andam fazendo o mesmo e outras que sem comentários, será? Metal é vida, não é fase, é continuidade, é evolução, é luta, é troca, e o Crucifixion está aqui em prol disso, desse desabafo, dessa verdade, e não deixar o real sentimento do Metal Tradicional ao Extremo da era 80-90 morrer.

9-Eu queria aqui agradecer a vocês por ceder esta entrevista, desejar que a banda sempre continue crescendo e que faça em breve uma turnê que passe pelo sul do país, especialmente aqui em Curitiba??

Juliana: Eu que agradeço, muito obrigada pelo apoio e desculpe a demora! Em 2017 fomos a Otacilio Costa/SC pra tocar no SC Metal Fest por exemplo e foi muito legal, adoramos os festivais do Sul! Seria muito foda tocar em Curitiba, tendo interesse é só entrarem em contato comigo ou os guris!
Marcio Maxx: Eu que agradeço a oportunidade, ainda mais que vocês de Curitiba deram esta oportunidade de divulgar e falar um pouco de nossa trajetória e de nossos focos e pensamentos em relação à música Extrema Brasileira, forte abraço a vocês ai de Curitiba pela continuidade insana de luta cotidiana, novidades em breve. Organizadores de Curitiba em região interessados em convidar o Crucifixion BR para tocar em suas terras, será uma honra e mais uma conquista em prol ao metal brasileiro, forte abraço e que a integridade e vitória reine sempre HeadBangers de Curitiba, região Sul, como de todo o Brasil, stay soul war, forte abraço.
Beto: Agradecemos pela oportunidade e esperamos que em breve estejamos nesta bela cidade que é Curitiba.